por Sulamita Esteliam
Que tipo de ser humano é capaz de estuprar até a morte uma menina indígena de 12 anos e jogar no rio um bebê de 3 anos? O mesmo tipo de animal que ateia fogo numa aldeia para apagar os rastros do crime, que incluiu o sequestro de uma mulher de 28 anos, tia da menina morta e mãe da criança jogada nas águas.
O incêndio veio depois da denúncia de estupro e morte das crianças, desaparecendo cerca de 25 Yanomami que viviam na Aldeia Aracaçá, em Roraíma, onde moravam todos.
Retuitado nas redes sociais na terça-feira 03 de maio, pelo DJ Alok, o vídeo que já circulava desde 25, mas não havia. A postagem do famoso, que é apoiador da causa indígena brasileira, deflagrou uma onda de protestos como a pergunta básica por ele colocada: CADÊ OS YANOMAMI?
A denúncia original partiu do Yanomami Junior Hekurari, na mesma rede, dia 25 de abril, a partir da Hutukara Associação Yanomami:
Há seis dias, vice-presidente da Associação Yanomami mostrou no Twitter o relato do ocorrido, alertando que, se confirmado, não é caso isolado. Ele lembra o relatório divulgado, dia 11 com denúncias semelhantes de invasão, estupro e morte de mulheres e crianças do seu povo – aqui no A Tal Mineira.
O Instituto Sócioambiental também divulgou o grito contra o abuso:
Artistas, jornalistas, ativistas ambientais e até as ministra Carmén Lúcia, do STF, repercutem a denúncia nas redes, contribuindo para amplificá-la. Cobram providências dos desgoverno para retirar os invasores da terra Yanomami, além da investigação e punição dos agressores.
Euzinha entrei na roda, mas estou em crise ocular e tenho que abster-me do portátil à noite.
O Senado criou uma comissão para acompanhar o desenrolar das investigações sobre o caso, por requisição do senador Humberto Costa (PT-PE), que preside a Comissão de Direitos Humanos da casa.
Uma digiligência vai até Roraima para acompanhar de perto das providências que estão sendo tomadas para esclarecer a indignidade e garantir a integridade e segurança dos provos indígenas que ali vivem.
A Terra Yanomami é a maior reserva indígena do Brasil, com quase 10 milhões de hectares entre os estados de Roraima e Amazonas. Perto de 27 mil indígenas vivem na região.
Guarda imensa riqueza em seu solo. Por isso, é alvo de garimpeiros que invadem a terra ancestral em busca da extração ilegal de ouro.