Lula no 1º turno, e com bancada ampla e forte no Congresso

por Sulamita Esteliam

Como sempre acontece a cada eleição, o foco da campanha acaba sendo nas candidaturas majoritárias, sobretudo para o Executivo: presidente, governador – ou prefeito, no caso do pleito municipal. 

Ocorre que a candidatura ao Senado também é majoritária, atrelada à chapa do Executivo estadual.  O papel do senador ou senadora é representar os interesses do seu estado na casa revisora do Congresso Nacional.

Todavia, é preciso não esquecer que presidente ou governador não administra sozinho, porque muitas de suas ações dependem da aprovação do Legislativo:  Congresso Nacional – Câmara e Senado; e Assembleia Legislativa, no caso das eleições gerais.

A 13 dias dos 156 milhões de brasileiras – nós mulheres somos maioria – e brasileiros irem depositar suas esperanças e escolhas nas urnas, tudo indica que vai dar Lula no primeiro turno. 

O pobre pensa, sim, e quando quer, não se deixa manipular, toma a decisão correta.

Paulo Freire, que faria 101 anos neste 19 de setembro, traduz o temor das ditas elites pequeno-burguesas, o que inclui a classe média que se acha cheirosa e letrada, bem desenhadinha na charge da Carol Cospe fogo, obrigada: 

“O sistema teme não o pobre com fome, mas o pobre qe pensa”.

O Brasil precisa recomeçar e sua gente tem direito a uma vida digna, com respeito a seus direitos de ser livre, ter emprego, teto, comida na mesa, saúde, educação, cultura. Tudo o que vem sendo sonegado, na continuidade do golpe que derrubou Dilma Roussef e prendeu Lula, sem crime e sem provas.

É imenso o desmonte, e não há mágica capaz de resolver o estrago em apenas um governo. Contudo, é preciso recomeçar: desenvolver políticas de Estado, que não sejam desmanteladas  pelos sucessores, e isso só é possível com apoio do Congresso Nacional.

Significa que, para retomar a trilha da democracia, com inclusão das gentes de todos os quadrantes, com todos os direitos, da soberania e do desenvolvimento, o presidente e os governadores ou governadoras precisam bancadas de deputados federal e estadual; mais senadores aliados, que possam aprovar e sustentar as mudanças necessárias.

Há várias dicas para você orientar seu voto: uma delas é o comportamento parlamentar, no caso de candiatos ou candidatas à reeleição. O Diap, que assessora os sindicatos em questões parlamentares, criou a plataforma Quem foi Quem. Deixo o link ao pé da postagem.

A radiografia da atuação de senadores e deputados federais revela curiosidades regionais importantes.

Por exemplo: os representantes dos estados do Mato Grosso, Tocantins, Pará e Santa Catarina votaram contra os direitos dos trabalhadores, sistematicamente. Já  os congressistas eleitos pela Bahia, Sergipe, Pernambuco e Ceará fizeram exatamente o contrário.

Outra forma de definir o voto é o compromisso e/ou a identidade da candidatura com os direitos sociais, com os direitos humanos:  trabalhistas, previdenciários, antirrascistas – defesa de negros e índios -, das mulheres, anti-homofóbicos – defesa das pessoas LGBTQIA+ – direitos das crianças e de adolescentes.

Bom não esquecer que mulheres, 51,8% formam a maioria da população  – 23,5% são mulheres pretas, pardas e indígenas – e do eleitorado. Todavia, representam apenas 12,5% das bancadas no Congresso Nacional. É a lógica da baixa representatividade feminina nos espaços de poder.

A APIB – Articulação dos Povos Indigenas lançou bancada própria, de 30 candidaturas, ligadas ao PSOL, 12 das quais para federais.  O Parlaíndio Brasil – Parlamento Indígena articulou outras 21 candidaturas, 11 delas para deputado federal.

Mas há mais, entretanto: 183 segundo os registros aprovados pelo TSE, com autodeclaração indígena, em 24 estados, representando 45 povos em defesa da Amazônia, da mata atlântica, do cerrado e caatinga.

Hoje há apenas uma deputada indígena: Joenia Wapichana (RR), a primeira depois do Cacique Raoni, deputado Constituinte em 1988.

Euzinha, por exemplo, voto em Lula para presidente, e desde 1989, e agora novamente, apesar da companhia. Por que a hora é de somar, não de dividir, o Brasil grita por socorro. E é preciso garantir que seja no primeiro turno: é questão de sobrevivência do país e da nossa gente.

No mais, só voto em mulheres, uma delas negra, todas comprometidas com os direitos humanos, em seu sentido amplo; portanto, com o projeto de reconstrução do Brasil encabeçado por Lula

Volto ao assunto antes do 2 de outubro.

As candidaturas femininas à Presidência, infelizmente, não são comprometidas com os direitos das mulheres e nem com a vida digna para todos, todas e todes.

Para começar, direito a não morrer de fome, a ter saúde, educação e moradia decentes, acesso à cutura e ao lazer. Direito à vida sem violência de quaisquer natureza.

Algumas organizações não governamentais, além de partidos como o PT, com o auxílio luxuoso da tecnologia, listam as candidaturas que formam com Lula; a partir das pautas referidas, por regiões e por estados.

Seguem os links das plataformas; vou do particular para o geral:

Lula pelo Brasil - captura tela Casa 13
Lula pelo Brasil – Foto: captura de tela Casa 13/PT

Candidatos do PT  a deputado/a federal e estadual em Pernambuco

Candidatos do PT a deputado/a federal e estadual em Minas Gerais 

Casa 13: Time de Lula em cada estado na Casa 13 

Quilombo nos Parlamentos: iniciativa da Coalizão Negra reúne 120 candidaturas em 23 estados,

Quilombo nos parlamentos - coalizao negra

Estamos prontas: lideranças negras comprometidas com o legado de Marielle Franco

Bancada indígena - apib
Imagem: captura de tela/Apib

Candidaturas indígenas apoiadas pela APIB: 12 federais e 18 estaduais 

Candidaturas indígenas articuladas pelo Parlaíndio: 11 federais e 10 estaduais

Candidaturas indígenas em Minas Gerais: duas mulheres, uma para federal outra para estadual.

Candidaturas indígenas em Pernambuco:  coletivo estadual

A resistência vem aí: candidaturas indígenas nas eleições de 2022

Candidaturas ligadas à causa LGTQIA+: são 298 candidaturas, de 22 partidos diferentes em todo o país, número recorde; confira os nomes em seu estado.

Luta pela Terra: o MST também lançou sua bancada para a Câmara Federal e Assembleias.

O Quem foi Quem do Diap: saiba como os deputados e senadores do seu estado votaram nos projetos que envolvem seus direitos.

Se as opções oferecidas não se adequam ao que você considera uma causa, a plataforma Quem Me Representa, que indica opções, a partir de suas demandas, e ainda faz um análise dos partidos das a orientações políticas de suas bancadas.

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Fonte requisitada: Rede Macuco

Postagem revista e atualizada dia 20.09.2022, às 9h58: correção de erros de digitação, complemento de informação e inclusão de link do Diap e da Rede Macuco.

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