
por Sulamita Esteliam
Este blogue não costuma perder tempo com patetadas. Portanto, vou economizar: patético e envergonhante o papel a que se presta o senador tucano, Aécio Neves. O DNA de Tancredo Neves, definitivamente, desandou na segunda geração. Afe!
O 1º Neto e outros três senadores da nossa brilhante oposição armaram um factoide ridículo na Venezuela, quinta última. Voltaram com o rabinho entre as pernas.
E o PIG está inconformado, para variar.
Vexame amplo, geral e irrestrito – com direito a dinheiro público.
Sobrou para o Itamarati, obrigado a botar panos quentes, com odores de lavanda, para evitar incidente internacional. A Nota 229, oficial, cumpre seu papel.
De diplomacia se trata.
Ao pé da postagem, agrego alguns acessos a outros textos da blogosfera alternativa sobre o assunto. A gente faz o que pode para exercer o contraditório, hehe…
Ademais, trancrevo artigo irretocável do mestre Kotscho em seu Balaio:
As seis horas de vexame de Aécio e Cia. em Caracas
Ricardo Kotscho – Balaio do Kotscho

Que vexame! E o que se poderia esperar de uma excursão promovida por oito senadores brasileiros a Caracas para apoiar a oposição venezuelana que quer porque quer derrubar o presidente eleito Nicolás Maduro? O que a excursão promovida por Aécio e Cia. nas asas de um avião da FAB foi fazer lá?
Eles foram procurar confusão para aparecer na foto _ e conseguiram (ver ao final deste texto o vídeo com meu comentário sobre o assunto no Jornal da Record News de quinta-feira).
O plano deles era fazer uma visita de solidariedade a oposicionistas presos, devidamente acompanhados por repórteres nativos, mas nossos senadores não conseguiram nem sair das imediações do aeroporto durante as seis horas que passaram na cidade.
Cercados por manifestantes pró-governo, pegaram um congestionamento e ficaram presos no micro-ônibus que os levaria ao presídio de Ramo Verde, a 50 quilômetros do aeroporto. Só lhes restou dar meia volta e retornar ao Legacy, o jato executivo da FAB colocado à sua disposição. Por falar nisso: quanto custou e quem vai pagar as despesas do voo fracassado?
Desta forma, a “missão política e diplomática” comandada por Aécio Neves, presidente do PSDB derrotado por Dilma Rousseff nas eleições de outubro, limitou-se a conversar com as esposas de líderes da oposição venezuelana, as mesmas que estiveram recentemente no Brasil e que os recepcionaram no aeroporto Simon Bolívar.
Acompanhado de notórios “democratas” como Ronaldo Caiado e Agripino Maia, entre outros, ao senador mineiro só restou protestar e cobrar providências do Itamaraty, pois criar constrangimentos para o governo brasileiro era seu principal objetivo. “Fomos sitiados e impedidos de cumprir o objetivo da nossa missão. Isto é um claro incidente diplomático da mais alta gravidade”. Em nota, o Itamaraty lamentou “os incidentes que afetaram a visita à Venezuela da Comissão Externa do Senado. São inaceitáveis atos hostis contra parlamentares brasileiros”.
O governo venezuelano só se manifestou por meio de mensagem do vice-presidente Jorge Arreaza enviada para o celular de Lilian Tintori, mulher do oposicionista Leopoldo López, que estava no micro-ônibus ao lado de Aécio: “Se os senadores estão aqui é porque não têm muito trabalho por lá no Brasil. Assim, umas horas a mais ou a menos dá no mesmo”.
Os dois países enfrentam uma profunda crise política e econômica, mas o Brasil não é a Venezuela, embora a oposição e a mídia de cá e de lá, seguidamente derrotadas nas urnas, sejam iguaizinhas, e tenham os mesmos propósitos.
Em vez de procurar sarna para se coçar, jogando fora tempo e dinheiro, a aguerrida tropa de Aécio e Cia. poderia aproveitar este episódio para repensar qual é o seu papel na democracia brasileira entre uma eleição e outra. Cada país deve ser soberano para decidir seu próprio destino.
Na contramão da guerra política travada em nosso país, a comissão de senadores não poderia ter escolhido momento mais inoportuno para fazer esta viagem. E deu no que deu.
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- Paulo Nogueira/DCM: Que deu na cabeça de Aécio para se meter na vida dos venezuelanos?
- Conversa Afiada: Brito: Aécio na Venezuela foi patacada
- Luis Nassif/Jornal GGN: O dia em que os Hells Angels brasileiros invadiram Caracas
- O Cafezinho, via Telesur: Fernando Morais: Visita de senadores brasileiros à Venezuela “é provocação política”
- Fernando Brito/Tijolaço: A gandola chavista que fez um vueco e parou a Marcha dos Patetas em Caracas
- Miguel do Rosário/O Cafezinho: A nota do Itamaraty sobre a patetada do Aécio
- Eneida da Costa/Facebook: O que o Tucano foi fazer na Venezuela