Cunha está fora, a saber o que fará com a derrota

Foto capturada no Cafezinho
Foto capturada no Cafezinho
por Sulamita Esteliam

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), facilitador do golpe contra a Democracia, contra o mandato da presidenta Dilma e dos 54 milhões, 501 e 188 votos do povo brasileiro, é ex-deputado. O maestro da fraude do impeachment e do desgoverno Temer foi cassado por “conduta incompatível com o decoro parlamentar”.

Às 23:58 horas do dia 12 de setembro de 2016, obteve maioria absoluta de seus 512 pares: 450 votos a 10, com nove abstenções. Está inelegível por oito anos, nos termos da Lei da Ficha Limpa.

Quórum retumbante, e em plena segundona.

Clique para conferir como votou o seu e cada um dos/as parlamentares; também quem gazeteou em favor de quem acabou cassado.

Faço minha a pergunta que certamente passa pela cabeça dos brasileiros e brasileiras: aonde foram parar os 267 deputados que comiam na mão do Cunha?

Uma dezena de fieis ao rei deposto disseram não. Apenas dois foram à Tribuna defendê-lo. Rei morto, rei posto. A ver o que Cunha fará para emergir das profundezas. A Lava Jato está aí de boca escancarada à espera do seu alimento favorito: a delação premiada.

Acompanhei só a fase final do julgamento, a partir da discussão. Um deleite assistir parlamentares, a parte fiel da base aliada da presidenta deposta, esfregar na cara de Eduardo Cunha que ele estava sendo traído por aqueles que o ajudaram a rescindir o mandato da presidenta Dilma Rousseff.

Notável a postura do deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que quase perde a voz de tanto pregar a “inocência” de seu guia e senhor. “Pelo menos não é covarde”, assinalou o pernambucano Silvio Costa (PTdoB), que lembrou que até o traíra golpista, usurpador Temer o abandonou a quem deve o mandato.

O outro defensor foi o delegado mineiro Edson Moreira, que ganhou notoriedade ao conduzir as investigações do assassinato-desaparecimento de Eliza Samúdio pelo ex-goleiro Bruno. O mandato pelo PR-MG é fruto da notoriedade.

Patética sua citação do Código Penal e, pasmem, até Shakespeare, num tatibitate que seria cômico, se não fosse trágico. Para, ao fim e ao cabo, declarar, da tribuna que onde deveria encaminhar o voto não, que se absteria.

Tentaram manobrar, via projeto de resolução, para suspender a sessão por 48 horas até reexame da Comissão de Constituição e Justiça. Não conseguiram um terço de deputados favoráveis, e o movimento fez água.

Tentaram comparar Eduardo Cunha a Ibsen Pinheiro, também do PMDB, também presidente da Câmara, e que acabou cassado injustamente, acusado de envolvimento na máfia do orçamento, no inicio dos anos 90.

Armadilha, com a contribuição luxuosa da mídia, especialmente a Veja. Tal e qual se sucedeu na fraude do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. No caso, ninguém argumentou que in dubio pro reo, numa tarde de domingo transformada em circo dos horrores para o mundo inteiro ver.

Desta feita, todos buscaram ater-se à praxe do comportamento parlamentar.

É… política é mesmo como nuvem, já dizia uma raposa felpuda mineira.

Eduardo Cunha, duas vezes réu em processos da Lava Jato, foi acusado de quebra de decoro parlamentar por ter mentido à CPI da Petrobras sobre ter dinheiro em contas na Suíça. A representação para o processo de cassação do mandato foi de deputados do PSol e da Rede.

Provado está que tem coisa de R$8,5 milhões, a preços de maio,  fruto de propina decorrente de contratos de terceiros com a estatal. Dinheiro bloqueado desde 2015, mas que só retorna ao País após a condenação definitiva, determinando o confisco.

O deputado, afastado de suas funções pelo STF , renunciou à Presidência da Câmara para tentar escapar da degola. Acusou o PT de estar praticando uma “vendetta”, por conta do impeachment da presidenta Dilma. Falou alto e bom som o que todo o Brasil sabe: “Devem a mim o impeachment da presidenta Dilma”.

A lembrar o que partido da presidenta não detém maioria da Câmara, nem do Senado. Ou teria conseguido mantê-la na Presidência da Republica. Mesmo com a lealdade dos partidos à esquerda, como PCdoB, PSol e Rede, e mais alguns gatos pingados da colcha de retalhos aliada, deu no que deu.

Ressalte-se que, para a direita e os partidos de aluguel, não existe esquerda: quem se alia ao PT, petralha é.

Jandira Feghali, que falou como líder da maioria, enquanto os senhores e senhoras parlamentares apertam os botõezinhos do Sim ou do Não da votação aberta no painel: “Respeitem as agremiações partidárias. O PCdoB tem 96 anos de historia. O PT tem 36 anos”,

A diferença é que o PT ousou chegar ao poder, e para tanto fez alianças que, se ajudaram a atingir seus objetivos, contaminaram sua essência. E terminaram por ceifar suas estruturas. Pagou o preço, mas pode recomeçar, por que tem raízes fortes.

Cunha experimenta, agora, o sabor do seu próprio veneno. Foi jogado aos cães. E os “milhões de Cunha”, agora estão deserdados.

A saber, repito, o que ele fará com sua derrota.

O trono de ferro continua em litígio. É o que dizem as manobras políticas do desgoverno e de seus aliados de ocasião – no Congresso, no Judiciário, na mídia venal e golpista.

Enquanto isso, as ruas gritam, cada vez mais alto e em profusão: #ForaTemer!

E esta velha escriba acrescenta: Anulação do impeachment, já!

Pela Democracia, #AbaixoOGolpe.

Os patriotas de ocasião e a frase da vergonha nos portões do Palácio da Liberdade, em Beagá, em março deste ano , e em manifestações subsequentes Brasil afora - Montagem capturada no Pragmatismo Político
Os patriotas de ocasião e a frase da vergonha nos portões do Palácio da Liberdade, em Beagá, em março deste ano , e em manifestações subsequentes Brasil afora – Montagem capturada no Pragmatismo Político

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2 comentários

  1. Cunha é a encarnação de todo o mal na política. É o inimigo a ser derrotado. Seus únicos dois fiéis aliados, até a última hora, Marco Feliciano – um pastor acusado de estupro, Edson Moreira – delegado, visivelmente bêbado ou drogado ou ambos na seção que cessou o mando de Cunha. Desses dois não se pode dizer que são traidores. Que abandonaram Cunha. Eles e mais oito. comparecer bêbado ao plenário não é caso de falta de decoro? Deixo aí uma sugestão para cassar também o delegado cambaleante e nos livrar dos bufões e outras pragas políticas. Precisamos nos candidatar.

  2. Caiu finalmente o mais lesivo salafrário da nação brasileira. O povo brasileiro pode agora respirar um pouco mais aliviado com a cassação desse canalha! Por mais que, por ventura, ainda existam corruptos no seio daquela casa legislativa, nada poderá ser mais danoso ao país do que essa figura asquerosa e trevosa que se chama Cunha!!!

    Ufa! Foram 11 meses de procrastinação, mas finalmente esse ser nefasto e tinhoso, esse coiso, criatura macabra, essa Hidra de Lerna foi cassado e ficará inelegível por longos 8 anos.

    A BOLA DA VEZ AGORA É O TEMER, o golpista, usurpador!

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