E daí é o escambau! O amor clama por existir, todos os dias, e há de prevalecer

Tapume na Volta da Jurema, beira-mar de Fortaleza- Foto: SEsteliam
por Sulamita Esteliam

Mergulho no tempo para constatar o que já sabemos de cor: o trabalho, se dignifica o homem, não lhe traz vantagem do respeito humano, por mais que se apregoe sua honra.

Na hora do vamos ver, a pergunta que fica é a que ecoa o desprezo de quem e a quem só o dinheiro importa.

E daí?

Viva o 1º de Maio! Viva xs trabalhadorxs!

Quando carreatas reluzentes e estridentes, indiferentes à vida ao redor, clamam pela volta à “normalidade” e alimentam a incidência da pandemia que mata cada dia mais e mais… Quer dizer duas coisas, ainda que apenas uma importe: quem trabalha carrega o país no lombo, que morra para garantir o lucro do patrão.

Não tem boquinha não. E ainda tem que submeter-se aos caprichos de assediadores como os comerciantes de Campina Grande na Paraíba, que obrigaram seus funcionários e funcionárias a ajoelhar-se em frente às lojas fechadas, a título de oração pela reabertura do comércio.

Assédio moral indecente e criminoso. Humilhação. A clamar pela ação do Ministério Público do Trabalho. E pela misericórdia Divina.

Mortos não trabalham. Mortos não compram. Mortos não vendem.

E daí?

Topei com essa pérola de canção num grupo do zap-zap. Um colunista de Carta Capital buscou no fundo do baú, no disco Clube da Esquina 2, de Milton Nascimento, de 1978, em pleno terror da ditadura militar.

É música-tema do filme A Queda de Ruy Guerra, letra e música de Milton e Fernando Brant. Um lamento que, ironicamente, antecipa no título o escárnio do capiroto-presidente diante do genocídio de brasileiros provocado pelo descaso no enfrentamento da pandemia do Covid-19: E daí!?

Em outro vídeo, que recebo também em grupo do zap-zap, duas gerações de músicos, dois artistas que amo, Milton e Criolo, se juntam numa canção de autoria do rapper paulistano, com raízes nordestinas. Em parceria com o pianista recifense Amaro Freitas.

Simplesmente ma-ra-vi-lho-so!

A canção fala por si: Não Existe Amor em São Paulo.

Mas tão importante quanto a arte é o direcionamento do olhar para as ruas em tempos de Covid-19.

Os dois artistas iniciam um fundo solidário #ExisteAmor, para ajudar as pessoas com vulnerabilidade social durante a pandemia. São apenas 40 milhões de brasileiros e brasileiras nesta situação.

Sim, o amor clama por existir, apesar de: https://www.existeamor.com

Mais lindo ainda. “A música como ferramenta de conscientização para a transformação social”, lembra o colunista.

Sim, mais do que nunca, é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, já cantou Renato Russo em Pais e Filhos, na legendária Legião Urbana.

Vamos, primeiro, o vídeo da transmissão do clip, na noite do dia 23 de abril, em São Paulo.

Presente do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, essa gente que carrega o Brasil e o mundo nas costas.

Não me canso de ver e ouvir, você há de me entender. Agora, o clip oficial:

Bom feriadão.

Aproveite para ficar em casa, se puder.

Ah, e lembre-se: o uso de máscara não é permissão para quebrar a quarentena. Pode não ter lugar para você ou qualquer dos seus nas UTIs.

Viver é melhor que flanar.

 

 

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