
por Sulamita Esteliam
A desfaçatez de O Globo não encontra pareia mesmo na mídia venal, fora do império Marinho. Até a Óia-Veja ensaia recuo tático, sem muito sucesso, pois que o uso prolongado do cachimbo faz a boca torta.
Ocorre que as Organizações Globo se acham dona do Brasil, e do seu poder de mando não escapa muito menos a Justiça, ora ocupada por estrelas do principal noticiário do veículo-locomotiva do oligopólio.
Não obstante, não logrou êxito em na cruzada de destituição do desgoverno do mordomo usurpador a quem ajudou a tomar de assalto o poder. Talvez por que, de fato, não tenha tanto poder assim, para além da ostentação abusiva e da manipulação grosseira.
O editorial em que coloca nas contas do PT “toda” a culpa do que pode vir a acontecer em Porto Alegre, no próximo 24, mostra o desespero de quem apostou suas fichas do lado errado da banca.
Qualquer que seja o resultado do julgamento do recurso pelo TRF-4 contra a condenação de Lula pelo justiceiro Moro de Curitiba por conta do tal triplex.
Aliás, registre-se o silêncio retumbante da mídia venal, inclusive de O Globo, em torno da penhora do apartamento 164-A do Condomínio Solaris, por determinação da 2ª Vara de Execuções e Títulos do Distrito Federal para cobrir dívida da OAS junto à Caixa.
Trata-se do mesmo triplex cuja propriedade é atribuída a Lula. Como assim!?
Não é que não existam provas. Não há crime. Ou, como bem-lembrado pela amiga-irmã Eneida da Costa, dia desses, no Facebook: sobram provas da inocência de Lula. Eis a grande injustiça.
Veja o que diz Cristiano Zanin, da equipe de defesa do ex-presidente, a respeito – em nota e no vídeo abaixo:
A propósito, o colega Fernando Brito escreve no Tijolaço que Lula recebe esta noite, homenagem em ato de solidariedade no Rio de Janeiro – no Teatro Casagrande. Imagina-o “mais sereno que de costume”, consciente da razão da histeria da direita, que prevê guerra na capital gaúcha no “outro 24”, o de janeiro.
Ciente de seu lugar na memória do povo brasileiro e na História – a despeito da dor da injustiça da perseguição de que tem sido alvo.
Brito assim o descreve:
“Lula, há muito tempo entendeu que esta guerra política não tem mais limites. Tem essa consciência, plenamente, desde que sofreu o abuso da prisão – eufemisticamente chamada de condução coercitiva – e a invasão de sua casa, não toma os processos judiciais em que encontram mil motivos para mover-lhe como casos pessoais.
São política e política é o chão de Lula, o que ele sabe, racional e intuitivamente, fazer de melhor.
(…)
O centro da questão está no fato de que o conservadorismo, no Brasil, nada tem a oferecer senão um regime de brutalidade social que depende da brutalidade política para manter-se, pois não se sustentaria pela via eleitoral em pleitos sem restrições.
Lula tem esta consciência, na inteligência intuitiva que tem – o que irrita gente besta como o ex-jornalista que escreve folhetins da Globo – e na que se sublimou com a trajetória política quase milagrosa que o conduziu de um sindicato de operários à Presidência da República.”
Fernando Brito tem razão. Mais ainda quando lembra e sentencia que:
“(Lula) Sabe que, neste outro 24, como no de 1954, “precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes”. E sabe também que lhe restam muitas armas para resistir além de um revólver 32 contra o próprio peito.
Nada começa ou termina na próxima quarta feira. Estamos lidando com a História e a história de um país não se escreve numa sala fechada, com o poder fugaz de três homens, caso ousem se substituir ao juiz supremo de uma nação, o seu povo.”
Cabra bom esse Brito.
Em tempo: para não perder o mote da cultura popular traduzindo a política e o Brasil desmantelado, fecho com o áudio de Onildo Barbosa. O amigo radialista pernambucano, Ruy Sarinho, conhecedor das maravilhas da cultura regional, confirma.
Rápida pesquisa me informa que o poeta é compositor paraibano, filho da Serra do Gado em Natuba, no sertão da Paraíba. Tem dezenas de músicas circulando pela rede, nenhum disco gravado.
É dele e de sua mulher, Clóris Andrade, poetisa, a toada de 2014, que resume a história dos governos Lula e Dilma em prol da gente simples brasileira, sobretudo o povo nordestino.
Capturei no Youtube:
Cabra boa, essa Tal Mineira, Sula.
Ahahaha! Você é suspeita, querida irmã. Saudades, mas falta pouco para lhe dar um abraço ao vivo e em cores…