Fiocruz pede decreto de estado de emergência em Saúde Pública no Nordeste; Pernambuco transforma resídio em cimento

por Sulamita Esteliam

Há certa euforia com os vídeos divulgados nas redes sociais com imagens de populares, voluntários na limpeza de óleo que invade as praias do Nordeste em ação, inclusive na expulsão de militares, que chegam para fazer propaganda do desgoverno que até agora não moveu palha para resolver o problema. Como aconteceu em Itapissuma, praia de Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, litoral sul pernambucano, semana passada.

Compreensível, em tempo de abusos ilimitados emanados do Palácio do Planalto onde deveria estar assentado o governo da nação. Talvez por eflúvios de los hermanos ao sul e ao norte do continente, que se revoltam contra a opressão.

Ocorre que, no caso da poluição de 2.250 km da costa nordestina, até agora, o povo heróico está se lascando todinho para fazer um trabalho que não é de sua obrigação. Pior, sem EPIs – Equipamentos de Proteção Individuais adequados, colocando em risco a própria saúde, quiçá a vida, e sem efeito prático duradouro, a não ser a satisfação imediata de estar fazendo a sua parte.

Também os militares da Marinha, que desembarcaram em Pernambuco semana passada, por exemplo,não dispõem de EPIs adequados. A falta de estrutura é tamanha, que escancara o improviso, e nem as aparências salvam, como destaca reportagem do Marco Zero Conteúdo.

Cientistas e profissionais da área têm sido unânimes e afirmar que o óleo tem que ser contido em alto mar. E isso é tarefa para a Marinha do Brasil em parceria com a Petrobras, que dispõem, sim, de expertise para esse trabalho. A falta de suporte técnico e material é puro descaso. Amadorismo criminoso.

O armazenamento do óleo coletado é outro problema sério, segundo alerta a Fiocruz em carta divulgada nesta segunda, onde pede decretação de estado de emergência em Saúde Pública no Nordeste. O A Tal Mineira reproduz logo abaixo

Em Pernambuco, contudo, o governo do estado está transportado o material poluente para fábrica de cimento contratada para processar o óleo cru. Segundo outra reportagem do Marco Zero Conteúdo:

“O material chega em caminhões à Central de Tratamento de Resíduos (CTR), Ecoparque, em Igarassu, no Litoral Norte do estado, e é transformado em um resíduo que alimenta os fornos das fábricas de cimento. Até agora, 1,4 mil tonelada de óleo retirada das praias foi enviada à CTR. Na Bahia, em Sergipe, no Rio Grande do Norte e na Paraíba, o óleo retirado das praias ainda está sendo apenas estocado.”

Assista ao vídeo que acompanha a reportagem:

Não se sabe o custo dessa providência, mas é de se supor que o benefício para a saúde ambiental e das pessoas justifica.

Eis a carta aberta da Fiocruz e associados:

 

 

6 comentários

    1. Alguém, ou alguéns, denunciou o blogue como portador de “conteúdo abusivo”. Foi no final de abril. Já sequei a paciência de argumentar com o Facebook, em vão. Não é justo, mas é assim que a banda robótica toca.

      Obrigada pelo acesso e pela reprodução em seu blogue.

      Abs.

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