Especial para o #8MBrasil: Márcia Maracajá e seu ‘Poemas colhidos para (r)evolução’…

por Sulamita Esteliam

Faz tempo devo um comentário sobre o livro da pernambucana Márcia Maracajá, filha do Recife: Poemas Colhidos para {R ]evolução, edição independente, 2019. É forte, é denso, é caudaloso, é intenso.

Marcita, é como eu a chamo, me enviou o exemplar, gentilmente, com dedicatória carinhosa, em junho do ano passado. Li de um fôlego assim que recebi.  Deixei-o sobre a mesa de cabeceira para apreciá-lo com vagar, e acabei sendo tragada pelo furacão de compromissos.

Tornei a ler o livreto nesta véspera do #8M, o que só fez reforçar minhas primeiras impressões. Libertário e energizante. É a própria autora.

Quem a conhece, e principalmente quem a viu em cena, sabe do que falo. Márcia, além de poeta e escritora, é professora de língua portuguesa, e é performer com formação em teatro.

Dedica o livro, que chama de “livrinho”, certamente pelo tamanho e formato, “à juventude estudantil, professores e aos que lutam por uma educação libertadora”.

Não escapo ao lugar comum; tamanho nunca foi documento. São 19 poemas que calam fundo na alma e na consciência do ser mulher que se preze.

Liberdade é a palavra que traduz nossa busca por igualdade, direitos e respeito.

Escolho o poema de abertura, de onde a autora pincelou a estrofe da contracapa.A capa é uma adaptação do desenho de Oscar Niemeyer para o Memorial da América Latina.

Transcrevo a íntegra do poema, verdadeira profissão de fé, à guiza de aperitivo do que a leitora, o leitor vai encontrar nas 32 páginas do livro:

“MINHAS REGRAS”

por Márcia Maracajá

‘Qualquer voz que não me castre.

Qualquer corpo que não me pare.

Qualquer lei que não me condene.

O que me resgate.

O que me alimente.

O que me encoraje.

O que me proteja.

O que me fortaleça.

NADA que me defina.

TUDO o que me liberte.”