Desgoverno em ação: bloqueio de direitos inclui 1,6 milhão de pessoas sem água no sertão nordestino

por Sulamita Esteliam

O noticiário do dia e as redes sociais repetem o espetáculo da irresponsabilidade do desgoverno agonizante para com suas obrigações mínimas. Aliás, só agora, passados 20 dias da eleição que o derrotou, o ainda titular compareceu ao “trabalho”.

Enquanto estimula – por negligência, palavras, atos e omissão – os mugidos da sua tropa delirante: a cometer crimes não somente contra a mobilidade, mas contra a vida das pessoas.

Nesta quarta, um pai foi impedido pelos desocupados que se divertem em bloquear estradas, de levar o filho para cirurgia ocular. De nada adiantou os apelos pela liberação do veículo, porque o menino poderia perder a visão: “Que fique cego”, foi a resposta.

E é essa gente que joga os joelhos em terra e clama em nome de Deus! A covardia desconhece compaixão e limites.

Leio no Brasil de Fato, que reproduz notícia da coluna de Carlos Madeiro, no UOL, que cerca de 1,6 milhão de pessoas do semiárido nordestino estão sem água. O motivo: o exército paralisou o serviço de carro-pipa, que leva água potável às famílias há 20 anos.

A explicação aponta para mais do mesmo: o desgoverno federal cortou os recursos, inviabilizando o fornecimento. E que se dane a sede humana, do gado, das plantas. E daí que água seja necessidade básica.

Começou por Alagoas, já ganhou Pernambuco e avança para a Paraíba, acima e Bahia, abaixo.

A operação Carro-Pipa é financiada com recursos do Exército Brasileiro em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). O MDR diz que alertou o Ministério da Economia sobre a falta de recursos, sem retorno.

Pela regra, cada família tem direito a 20 litros de água por dia a cada integrante assistido. Vale dizer: se a casa tem cinco moradores, são 100 litros diários.

Só em Pernambuco são 529 mil moradores de 105 cidades inscritos para receber água da operação. Em Ouricuri, no Sertão, são 19 mil pessoas atendidas, o maior número de beneficiários do estado.

Aonde foi parar o dinheiro? Provavelmente no mesmíssimo lugar onde enfiaram os recursos da Farmácia Popular, das vacinas que evitam doenças infantis como poliomelite, sarampo, coqueluche, da manutenção digna do SUS, para ficar apenas na área da saúde.

O dinheiro foi carreado para o infame Orçamento Secreto, que se traduz em compra de votos. Serviu para eleger uma bancada numerosa de predadores, muitos de primeira viagem; mas o viés obscurantista permanece. Embora o capitão tenha dançado a valsa dos desafinados desprovidos de caráter e coração.

De qualquer forma, isso tem que ser investigado e as responsabilidades atribuídas e cobradas na forma da lei. Haja cadeia para tamanho embuste!

Abaixo o documento obtido pelo UOL: é endereçado a Defesas Civis de municípios de Pernambuco e da Bahia pelo 72º Batalhão de Infantaria Motorizado, com sede em Petrolina (PE), dia 14 de novembro.

O documento é assinado pelo coronel Paulo Francisco Matheus de Oliveira. Informa que “o recebimento parcial de recursos financeiros para atender a execução do serviço será somente para até o dia 15 de novembro corrente”.

Clique para ler a íntegra da matéria publicada pelo Brasil de Fato.

Conheça o Programa 1 Milhão de Cisternas, da ASA, no semi-árido nordestino.

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Postagem revista e atualizada às 22h30: correção de erros de digitação e complemento de frase inacabada – com as minhas desculpas.

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