A hora e a vez de Jair Messias, vulgo #Bolsovírus, será…!?

por Sulamita Esteliam

O Henrique Mandetta age como boi sonso, passando ao largo das humilhações que lhe tenta impingir o capiroto, que quer vê-lo pelas costas. Só que o presidente #Bolsovírus pisa em terreno movediço, isolado até pelos seus pares.

Agora à noite, o ministro Marco Aurélio Mello encaminhou à Procuradoria Geral da República, pedido de afastamento do presidente da República. A notícia-crime é requerida pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) que o acusa de difundir o vírus e omitir-se da responsabilidade de chefe de Estado no combate à doença.

Não é a única ação: os partidos de oposição, todos – PT, PSB, PDT, PCdoB, Psol, Rede e PCB – trabalham o mesmo requerimento, com argumentos semelhantes: desobediência às recomendações da OMS frente à pandemia mundial.

O passeio do capiroto pelo comércio de Brasília, no domingo, coloca a população em risco ao estimular aglomerações.

Há três artigos do Código Penal que podem sustentar as ações: o 268 “infringir determinação do poder público destinada a impedir a introdução ou propagação de doença contagiosa”; o 286, “incitação pública de crime”, caracterizada pela defesa da volta ao trabalho, contrariando decretos dos governadores; o 139, prevaricação, pois assinou decreto autorizando o funcionamento de lotéricas e igrejas, já derrubado pela Justiça.

Sim, há outro artigo: o 131, grosso modo, “praticar ato de contágio a outrem de moléstia grave” na possibilidade de o capiroto estar infectado – todos que viajaram com ele a Miami estão – e mesmo assim flanar por aí a fazer pirraça. E a Justiça também brecou a intentona #BolsoVírus”.

Fato é que as projeções e recomendações científicas domésticas avalizam o princípio do isolamento social ser indispensável na contenção do Covid-19. Principalmente agregado à recomendação-gêmea para a eficácia da barreira sanitária, segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde: teste em massa para identificar infectados e colocá-os em quarentena para evitar a contaminação.

Falta isso no Brasil.

Mesmo vacilando feito iô-Iô para tentar conter a sanha do chefe, o ministro da Saúde sabe que sua sobrevida à frente do Ministério se deve ao respaldo da opinião pública publicada e as ações de governadores e prefeitos que fazem do isolamento social o cavalo de batalha.

No Recife, na manhã desta segunda, por exemplo, o percurso da carreta convocada pelos bolsominions pela abertura do comércio só tinha polícia; com ordens expressas de não permitir aglomerações. Os valentes não deram as caras. Apenas um trio patético, fantasiado de verde amarelo, o homem ostentando uma bike inalcansável pelos mortais que batalham o pão de cada dia.

Usufrui, ademais, de costas quentes. Seus parceiros ruralistas apoiam e recomendam suas decisões técnicas. Capitaneados pelo governador aliado político do desgoverno, e que o indicou para o cargo, o médico e criador da UDR – União Democrática Ruralista, Ronaldo Caiado, do Goiás.

Daí que o capiroto não tem coragem de assumir o ônus de usar o direito à caneta para demiti-lo. Porta-se como insano para manter o que lhe resta da patuleia desvairada.

Tem razão o mestre Paulinho Saturnino, sociólogo mineiro, “é um sociopata”, covarde e cruel, porque sem empatia com o sofrimento e as necessidades do povo

As redes sociais não perdoam, e até insinuam, sem escrever, a rima que lhe caberia. Mas o fato é que o jogo fortalece o ministro. Engole a humilhação, porque também se favorece com os escombros provados pelo capiroto.

Aliás, uma de algumas boas notícias, a prova o que têm insistido técnicos e pessoas de bom senso: isolamento é fundamental na barreira contra o vírus. A outra medida, que ainda não se segue no Brasil, é o teste em massa para isolar os infectados pelo vírus.  Se puder #FiqueEmCasa, portanto.

Assista ao vídeo do Atila Iamarino, biólogo e pós-doutor em Virologia. Para quem gosta de TV, ele é o convidado do Roda morta-Viva, da TV Cultura, esta noite.

Há outras boas notícias

1) A esquerda se mexe e solta manifesto pedindo a renuncia do capiroto. Assinam o manifesto todos os partidos de oposição, ex-candidatos à Presidência da República, como Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), dentre outras personalidades.

Inclui sugestões de como atravessar a tempestade da crise, dentre elas criar-se o imposto sobre grandes fortunas, e pra já. Medida preconizada não apenas pelos movimentos sindical e sociais, por 10 e cada dez atores de lógica sócio-econômica humanitária.

A saber quem vai convencer o capiroto a renunciar.

Se bem que, na coletiva do dia, o primeiro da semana útil, o próprio mostra que a campanha abala seu chão: “Se o presidente sair, resolve? Se fosse o Haddad, qualquer outro, resolveria o problema do Coronavírus!?”

O que a gente responde a esse senhor, hein, hein!? Ele ainda não entendeu que é a configuração do problema, será?

2) O Consórcio Nordeste, que reúne os nove governadores da região, cria o Comitê Científico de alto nível para gerenciar as decisões de enfrentamento do #Coronavírus. Dentre os convidados, ninguém menos do que Miguel Nicolelis​, o cientista brasileiro de maior renome – ele aceitou colaborar com o coletivo Jornalistas Livres​ onde fala sobre suas ideias para a contenção.

3) Universidades também se apresentam com comitês permanentes para enfrentar o #Coronavírus. Na UFMG pesquisas visam o desenvolvimento de teste rápido e seus laboratórios já colaboram com a testagem de amostras enviadas por hospitais de Belo Horizonte.

4) O Senado aprovou a Renda Básica, ou Lei Suplicy – justamente nomeada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) do Maranhão.  A medida foi aprovada pela Câmara na sexta, 27. Imediatamente, deflagrou-se a campanha #SancionaLogoBolsonaro. Até o ex-presidente Lula entrou na roda, lembrando que “a fome não espera”.

Paulo Pimenta (RS), líder do PT na Câmara, ecoa:

“É necessário prosseguir com uma cerrada vigilância sobre a equipe de Bolsonaro/Paulo Guedes para que não se protele ou inviabilize a liberação desses recursos dentro dos prazos e da urgência que a situação exige.

Evitar que chegue tarde demais na forma de auxílio-funeral.”

5) Depois do Twitter, o Facebook e o Instagram também deletaram postagem do capiroto e do filho número 3, o deputado.

 

 

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