por Sulamita Esteliam
O capiroto-presidente tem razão de estar em pânico. A instalação da CPI da Pandemia, ainda que a fórceps de determinação de ministro do Supremo, provoca indigestão depois do regabofe com os empresários , devedores em massa dos cofres públicos – do Bradesco ao Hapvida.
Até um psicopata é capaz de identificar aonde lhe apertam os calos. Quem deve há de sempre temer, porque é de conhecimento até das areias de Copacabana, que um CPI se sabe como começa, nunca como termina.
Muito mais para quem já conta 105 pedidos de impeachment por crime de responsabilidade na gaveta do presidente da Câmara. O que teme o capiroto-presidente, se acha que faz o certo, e age como se fosse invencível?
O genocida de plantão acusou a estocada e, para variar, foi para as redes sociais dizer impropérios, bobagens e ameaças contra o ministro Luís Roberto Barroso e o Supremo Tribunal Federal, a quem acusa de “ativismo judicial”.
Quando deputado, o capiroto ora presidente apoiou a interferência da Corte para instalar CPI contra o governo Lula, em 2007. O fato foi relembrado pelo Jornal Nacional nesta sexta, com direito a resgate do vídeo com a fala. Está na Revista Fórum, que linco ao pé da postagem.
A oposição e os governadores do Nordestes saíram em defesa da decisão do ministro. Aliás, sustentada na Constituição Federal e no regimento interno do Senado, onde a CPI agora será instalada, a despeito da má vontade do presidente da casa e do esperneio do desgoverno.
Note-se que mais de um terço dos senadores assinaram o requerimento para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar a omissão do desgoverno central no combate à Covid-19, e que já matou mais de 348 mil brasileiros e brasileiras.
Se isso não é genocídio, o que ser!?. Mas se a questão é semântica, então pode ser hecatombe, cataclisma, assassinato em massa.
A charge do amigo Genin resume o projeto.
Transcrevo a Nota dos governadores do Consórcio Nordeste:
“Nós, governadores do Nordeste, vítimas recorrentes de ataques injustificáveis promovidos pelo Presidente da República, vimos tornar público o nosso repúdio à sua mais nova agressão, que agora escolhe também o Ministro Luís Roberto Barroso e o Supremo Tribunal Federal como alvos da sua postura virulenta e destrutiva.
É absolutamente inaceitável ver o nosso país enfrentar uma crise tão profunda, que tem provocado tantas perdas, em meio à insana tentativa de criar falsas guerras, sem argumentos, apenas falácias e acusações vazias, além de destemperadas. A nossa luta é pela vida e a superação de um quadro gravíssimo, que vem se transformando em tragédia. Não pode existir outro foco que não seja a união de esforços em torno de soluções.
O país precisa de uma ação coordenada e solidária, não de omissões e desorientações. O Brasil precisa dos cuidados, da ciência, da orientação correta, da vacina. Infelizmente, enquanto lutamos para imunizar as pessoas, não estamos imunes ao descontrole e à inação de quem lidera o governo federal, diariamente fomentando e acentuando novas crises, sem foco na principal: a pandemia. Não se pode jogar com a vida, fazer dela objeto de meros discursos em busca de isenção. O Brasil merece e exige respeito.
Nordeste do Brasil, 09 de abril de 2021.“
Assinam a nota Wellington Dias (PI), Renan Filho (AL), Rui Costa (BA), Camilo Santana (CE), Flávio Dino (MA), João Azevedo (PB), Paulo Câmara (PE), Fátima Bezerra (RN) e Belivaldo Chagas (SE)
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Carta Capital
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Painel Conass
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