por Sulamita Esteliam
É comum se dizer no pós-Carnaval : ‘agora que o ano recomeçou…’ Pois digo que meu ano recomeça neste 27 de fevereiro, sob o signo de Peixes e os bafejos de Vênus: rompido os grilhões etílicos que mantinham inacessíveis meus alfarrábios, todos.
Desde novembro, vago completamente desnorteada e sem condições de alinhavar ideias e pensamentos. Só de imaginar que teria que recomeçar do zero, buscar nas profundezas da memória tudo que escrevi nos últimos dois anos, me deixava sem chão.
Já contei aqui, refugiei-me na dona Maria, meu alterego dominante, quando preciso desanuviar. E também não havia muita alternativa, dado o movimento em casa no fim e início de ano.
Faço o tipo louca por Carnaval, na verdade fazemos, Euzinha e o maridão. E estávamos deveras com síndrome de abstinência, como todes da categoria foliã. Mas nem tomei conhecimento da quarta-feira ingrata, na verdade. É que a minha começou já domingo de folia.
Aqui e casa jogamos o jogo do combinado não é caro. E combinamos que brincaríamos as semanas pré e nos preservaríamos nos dias de Carnaval, ainda com temor da dona Covid 19. Afinal, somos um casal de bons velhinhos.
Assim fizemos, parcialmente: brincamos janeiro e metade de fevereiro, ensaios, prévias, saída oficial: Amantes de Glória, É do Xibiu, Totisoquê?, Pitombeira, Escuta Levino, e o que encontramos pelos caminhos do Recife e das Olinda…
Não resistimos e incluímos o sábado, na primeira saída oficial do “Eu Acho É Pouco”, pois somos tietes do dragão vermelho e amarelo.
Folia alternada com descanso: dia sim, dia não. Mesmo assim, pegamos uma virose leve, o que foi o bastante para nos tirar das ruas. Limite é outro nome para juízo ou responsabilidade.
Estamos bem. E de olho no calendário para o reforço da vacina bivalente, que já começou a ser aplicada pais afora. Vamos todes tomar Pfizer, mas sem medo de mostrar que nos alinhamos com a ciência.
Aqui no Recife e entorno já começou para quem tem 70 aos ou mais, para pessoas imunocomprometidas acima dos 12 anos, quem vive em instituições e residências coletivas e trabalhadores desses locais. O próximo grupo nos alcança.
Saúde é o que interessa: vacina no braço, comida no prato, teto sobre a cabeça. Ninguém é feliz ao relento, de barriga vazia e caindo pelos cantos, de fraqueza, doença e desamparo.
O Zé Gotinha está de volta e o Brasil tem governo, os governantes cumprem seu papel e dão o exemplo.
A vida vale mais.
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Obrigada a você que tem acessado o blogue mesmo com a atualização irregular. A postagem diária, que já não acontece há algum tempo, torna-se impraticável nesse momento.
Preciso selecionar e transferir para as nuvens trocentos arquivos e pastas recuperadas e retomar minhas atividades de escrevinhadora: tenho três livros para terminar, e é minha prioridade no momento.
Façamos um novo começo.
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